domingo, 12 de julho de 2009

A articulação na flauta transversal moderna






[...] A música parece ser a síntese universal de todas as articulações possíveis, ainda mais nos instrumentos de sopro, em que a emoção age diretamente sobre a impalpável consistência do ar, fronteira com o mundo externo [...]

Pedagogia da Flauta Transversal













"Odette Ernest Dias: discursos sobre uma perspectiva pedagógiaca da flauta"

A tese teve o propósito de investigar e delinear a pedagogia da flauta transversal desenvolvida por Odette Ernest Dias, entre os anos de 1974 a 1994, período em que atuou como docente da Universidade de Brasília. Nome de relevância para a história artístico-pedagógica da flauta transversal no Brasil, ela exerceu uma influência expressiva sobre o comportamento de seus alunos, tornando-os profissionais caracterizados pela diversidade, enquanto flautistas, e pela comunhão de sentimentos, linha de pensamento e atuação, enquanto professores.

Desenvolvida em quatro capítulos: I. Objetivos e metodologia; II. Fundamentação teórica; III. Odette: percurso e discurso; IV. Discursos dos ex-alunos. Em substituição à tradicional conclusão, apresento meu Discurso aberto.

A pesquisa me proporcionou uma reflexão intensa sobre uma pedagogia criticada por não ensinar “técnica pura”. Procurei resgatar e formalizar informações relevantes sobre um processo de educação em constantes transformações e mutações, centrado no indivíduo, e em suas origens. Constatei uma perspectiva pedagógica composta por respeito, flexibilidade, expressão própria, emoção, provocação, motivação, integridade com o aluno, diálogo, humildade, tolerância, tato pedagógico, interação com contexto, e incentivo ao questionamento, componentes que, além de marcantes na vida de seus ex-alunos, estão sendo transmitidos, através deles, às novas gerações de flautistas.

Para desenvolvê-la contei com o apoio incondicional de Odette — formalizado através de cartas, muitas conversas e uma entrevista; também houve o total apoio de ex-alunos seus — manifestado através de e-mails, contatos pessoais e entrevistas. Além disso, fundamentei-me em autores da área de Educação, Educação Musical e Ciências Sociais, para que fosse estabelecido o diálogo entre os vários discursos recolhidos.

Manutenção e Cuidados com a Flauta Tranversal


Por: Raul Costa d'Avila
Universidade Federal de Pelotas
costadavila@gmail.com

1) INTRODUÇÃO

Cuidar da flauta deve ser uma obrigação de todo flautista. Como nós, o instrumento também necessita de cuidados, que, com certeza, ajudam no retorno que necessitamos em nossas atividades no dia-a-dia. Imagine-se numa situação em que você, precisando de seu instrumento, não poderá usá-lo porque perdeu um parafuso, soltou uma mola ou as sapatilhas estão fazendo aquele “ruído” indesejável. Realmente não precisamos ser um técnico especializado em reparos, entretanto, precisamos, e podemos ter, o mínimo de conhecimentos para que situações como as dos exemplos acima, caso ocorram, possam ser solucionadas, ou até mesmo evitadas.

Assim, minha idéia aqui é colaborar com os estudantes, amantes da flauta, e até mesmo profissionais ― se realmente for o caso ― no processo manutenção de seus instrumentos. Muitos destes ensinamentos me foram transmitidos por meu pai, outros pela experiência do dia-a-dia, e outros ainda em métodos e livros especializados. É bom lembrar, que com um simples cuidado na manutenção de seu instrumento pode-se evitar problemas em ocasiões inesperadas.

2) CUIDADOS GERAIS E BÁSICOS

- Sempre guarde o estojo com a flauta num lugar fora do alcance de crianças que não saibam como manuseá-la ou de pessoas curiosas. Isso pode evitar algo indesejado.

- NUNCA deixe a flauta montada em cima de uma cadeira ou cama. São locais de grande risco, pois, sem querer, podemos assentar no instrumento. Utilize, de preferência, uma mesa ou uma superfície plana, optando mais pelo centro, diminuindo o risco de queda.

- Mantenha sua flauta longe de fontes de calor (estufas, aquecedores) e também de fontes frias (mármore, pedras). Tanto o calor quanto o frio poderão alterar as sapatilhas, prejudicando seu perfeito funcionamento.

- Ao terminar seus estudos diários enxugue a flauta por dentro com um pano bem absorvente (fralda) e que não solte fiapos, enrolado numa vareta de madeira ou metal, eliminando qualquer umidade que possa estragar as sapatilhas.

- Após enxugar a flauta por dentro é aconselhável utilizar uma flanela para limpá-la por fora, tirando assim as marcas da transpiração. Isto pode evitar, especialmente nas flautas que são de metal e banho de prata, que as mesmas fiquem manchadas. No mecanismo, limpe as chaves uma a uma para que o seu funcionamento não seja prejudicado. Nunca use o mesmo pano para enxugar por dentro e por fora.

- NUNCA deixe a flauta dentro de porta-malas ou fechada dentro do carro. Além do calor que poderá sofrer indiretamente do sol, corre o risco de ser roubada!

- Periodicamente utilize um pincel de seda bem macio para limpar todo o mecanismo da flauta. Isto pode ser feito com ela montada e evita que a poeira vá acumulando nos eixos e mecanismos, além de mantê-la com melhor aparência.

- Sempre que possível observe se não há algum problema de vazamento nas soldas das chaminés (saliência dos orifícios onde as sapatilhas encostam, efetivando a oclusão) fato que normalmente acontece com flautas mais antigas. Tais vazamentos muitas vezes não podem ser visto a olho nu, mas prejudicam muito a sonoridade do instrumento, necessitando de cuidados especiais para recuperá-la.

3) CUIDADOS AO MONTAR E DESMONTAR A FLAUTA

- Evite montar ou desmontar a flauta apoiando o estojo nas pernas.

- Afaste-se de qualquer objeto que possa bater na flauta durante a montagem.

- Procure segurar sempre nas partes em que não têm mecanismos. Estes são muito frágeis e, quando segurados ou apertados indevidamente, podem trazer problemas.

- Sugestão de seqüência para montagem da flauta: primeiro segure com firmeza, com mão direita, o corpo da flauta pela parte aonde vem escrito a marca. Depois, com a mão esquerda, pegue o bocal e o encaixe girando-o, bem devagar, de modo que entre com facilidade. Após isto pegue o pé, com a mão esquerda, e o encaixe com um leve giro na base do corpo da flauta. Ajuste-o com muito cuidado, pois o encaixe final do corpo é muito curto e fino.

- Quanto ao alinhamento da flauta tomamos como referência as chaves do corpo. O bocal alinha-se o seu orifício com a chave do dó sustenido. O pé alinha-se de modo que seu eixo coincida com o meio das chaves do corpo.

- Certifique-se de que a flauta está bem acondicionada dentro do estojo. Muitas vezes ela pode ficar sacudindo dentro do estojo o que acaba afetando seu mecanismo e também arranhado-a. Solucione isto usando uma pequena flanela para ajustar a folga.

*** Sugiro aos estudantes que tocam em orquestras ou bandas tomarem cuidado com suas flautas nos intervalos de ensaio. É comum deixar os instrumentos sobre a cadeira (ou até em pedestais) durante o intervalo. Se por um lado é prático, por outro pode ser desastroso! Como prevenção, sugiro desmontar e guardar a flauta no estojo.

4) CUIDADOS COM AS SAPATILHAS

- As sapatilhas são responsáveis pela integridade do som da flauta. Qualquer problema nelas como folgas, sujeira, pequenos cortes, ressecamento, umidade excessiva, entre outros, causa conseqüências imediatas na resposta sonora da flauta. Muito embora sejam frágeis, quando bem cuidadas tem bastante durabilidade.

- Sempre que começar seu estudo escove os dentes. A saliva pode conter resquícios de alimentos (doces, café, biscoitos, entre outros) que em contato com as sapatilhas ficam aderidos a elas. Com o passar do tempo isto causa um pequeno ruído quando em contato com a chaminé.

- Para solucionar o problema apresentado acima, utilize o papel de seda apropriado. Coloque-o entre a chave e a chaminé e pressione a chave algumas vezes até que a sujeira seja eliminada.

**Caso não encontre o papel específico para sapatilhas de instrumentos, é possível utilizar a tradicional seda para fazer cigarros. Recomendo uma cujo papel é muito fino, vindo escrito na embalagem “papel de arroz”. Atenção para não deixar a parte com cola encostar na sapatilha.

- Quando der um intervalo em seu estudo, deixe a flauta sobre uma superfície com as chaves paralelas à superfície (chaves para cima). Isto evita que as minúsculas gotinhas de água, que se formam na parede interna do tubo devido a condensação, escorra encharcando as sapatilhas. Também tem a opção de utilizar o suporte específico para flauta, que além de manter a flauta na vertical, faz com que as gotinhas de água escorram pelo tubo, não encharcando as sapatilhas.

- Em locais onde a umidade relativa do ar tende a ser alta, é recomendável, após passar a vareta com o pano dentro do tubo, secar as sapatilhas utilizando a seda para sapatilhas. Este procedimento, além de eliminar a possibilidade de prejudicar a emissão das notas, pode proporcionar maior durabilidade às sapatilhas.

- As chaves do Ré#, Sol# e as duas pequenas dos trilos são as mais vulneráveis para encharcar. Portanto, é recomendável – sobretudo nos locais onde a umidade relativa é alta – utilizar periodicamente a seda própria para secar estas sapatilhas.

- NUNCA aperte as chaves de sua flauta com força. Isto não é natural e desgasta as sapatilhas, além de tensionar os dedos e mãos. Uma flauta bem sapatilhada nunca necessita de força para perfeito fechamento das chaves!

- Evite utilizar objetos com ponta para mexer ou limpar as sapatilhas. O risco de cortá-la é grande.


5) LUBRIFICANDO O MECANISMO DA FLAUTA

- É aconselhável que periodicamente (dependendo do uso, a cada 4 ou 6 meses) você lubrifique o mecanismo de sua flauta. O uso no dia-a-dia, após horas de estudo, naturalmente desgasta os eixos e para repor isto nada melhor do que um óleo bem fino.

- Utilize um óleo bem fino e específico para o instrumento (não use Singer ou outros do gênero! Procure lubrificantes específicos para instrumentos) O local precisa ser bem iluminado e a superfície onde se vai trabalhar preferencialmente plana e larga. Pingue algumas gotas em um pires e com uma agulha bem fina e longa (tipo aquelas utilizada para tirar sangue) execute a operação levando-a ao óleo do pires e depois aos eixos. É um trabalho que precisa de cuidado e paciência O resultado é ótimo, pois além do mecanismo ficar mais leve e ágil, evita-se o desgaste do metal, que, ao longo do tempo, pode até provocar uma folga no mecanismo.

- Tome cuidado para não deixar óleo cair nas sapatilhas, pois isto pode danificá-la. Nada de óleo em excesso.

6) O BOCAL DA FLAUTA

- O bocal é a parte de aspecto mais simples, pois se vê somente a embocadura (porta-lábio) com sua abertura oval, soldada ao bocal, de perfil arredondado, para permitir ao flautista apoiá-lo com firmeza sobre o queixo. É um elemento muito frágil e muito importante da flauta. Todos os detalhes de sua construção (local da rolha, vedação, ângulo de solda do porta-lábio, formato do orifício, conicidade) determinam a qualidade e a precisão do som do instrumento.

- O bocal está fechado à esquerda por uma rolha. Feita por uma cortiça é furada ao meio por onde passa uma um pino rosqueado. Na extremidade direita do pino é soldado uma placa metálica e na extremidade esquerda temos um arremate em forma de um chapeuzinho.

- Periodicamente confira, com o auxílio da vareta, a regulagem da rolha. É muito importante, para a afinação, manter a marca da vareta exatamente no centro do orifício do bocal. Portanto coloque a vareta dentro do bocal e verifique se no meio do orifício do bocal encontra-se a marca da vareta. Se positivo, maravilha; caso contrário, solte um pouco o chapeuzinho (ou coroa) do bocal e faça cuidadosamente a regulagem.

- Nunca mexa no porta lábio, pois qualquer alteração afeta no resultado da sonoridade da flauta. Como sugestão, recomendo periodicamente fazer uma limpeza na parede interna do orifício do porta-lábio. Ao longo do tempo é comum acumular ali alguns resíduos que podem prejudicar a qualidade do som. Assim, com um cotonete molhado, esfregue-o com cuidado na parede, procurando remover toda a possível sujeira. Se for o caso, use um pouco de abrasivo (lustra prata) com muita parcimônia, deixando limpa e polida a parede. Logo em seguida experimente tocar, você se surpreenderá!

Bons Cuidados e Boa Sorte!
Para download do texto:

Dois Links que valem a pena conferir !

História da flauta, tratado de Hotteterre, entre outras informações úteis:
http://www.terra.es/personal/joanvips/index3es.htm

Arquivos midi de várias obras da literatura da flauta:
http://www4.osk.3web.ne.jp/~kasumitu/eng.htm

sábado, 11 de julho de 2009

Ainda IX Festival Internacional de Flautistas da ABRAF - Uberlânida 2009

Agora sim, o link funciona !

http://www.abraf. art.br/9festival .htm

IX Festival Internacional de Flautistas da ABRAF

Olá pessoal !
Segue o link do IX FIF/ABRAF, atualizadíssimo pelo Presidente da Associação, Rogério Wolf.
http://www.abraf. art.br/9festival .htm

"ODETTE ERNEST DIAS: discursos sobre uma perspectiva pedagógica da flauta", por Raul Costa d'Avila

SUMÁRIO

Esta tese teve o propósito de investigar e delinear a pedagogia da flauta transversal desenvolvida por Odette Ernest Dias, entre os anos de 1974 a 1994, período em que atuou como docente da Universidade de Brasília. Nome de relevância para a história artístico-pedagógica da flauta transversal no Brasil, ela exerceu uma influência expressiva sobre o comportamento de seus alunos, tornando-os profissionais caracterizados pela diversidade, enquanto flautistas, e pela comunhão de sentimentos, linha de pensamento e atuação, enquanto professores.

Foi desenvolvida em quatro capítulos: I. Objetivos e metodologia; II. Fundamentação teórica; III. Odette: percurso e discurso; IV. Discursos dos ex-alunos. Em substituição à tradicional conclusão, apresento meu Discurso aberto.

A pesquisa me proporcionou uma reflexão intensa sobre uma pedagogia criticada por não ensinar “técnica pura”. Procurei resgatar e formalizar informações relevantes sobre um processo de educação em constantes transformações e mutações, centrado no indivíduo, e em suas origens. Constatei uma perspectiva pedagógica composta por respeito, flexibilidade, expressão própria, emoção, provocação, motivação, integridade com o aluno, diálogo, humildade, tolerância, tato pedagógico, interação com contexto, e incentivo ao questionamento, componentes que, além de marcantes na vida de seus ex-alunos, estão sendo transmitidos, através deles, às novas gerações de flautistas.

Para desenvolvê-la contei com o apoio incondicional de Odette — formalizado através de cartas, muitas conversas e uma entrevista; também houve o total apoio de ex-alunos seus — manifestado através de e-mails, contatos pessoais e entrevistas. Além disso, fundamentei-me em autores da área de Educação, Educação Musical e Ciências Sociais, para que fosse estabelecido o diálogo entre os vários discursos recolhidos.

http://www.bibliotecadigital.ufba.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2227

Contato com o autor: costadavila@gmail.com

ABSTRACT

The aim of the present thesis was to investigate and outline the flute pedagogy developed by Odette Ernest Dias between 1974 and 1994, when she taught at the Universidade de Brasília. An important figure in the artistic-pedagogical history of Brazilian flute performance, Odette had a marked influence on the behavior of her students, who were characterized by their diversity as flautists and by their communion of feelings, thought processes, and activity as teachers.

This thesis comprises four chapters: I. Objectives and methodology; II. Theoretical bases; III. Odette: trajectory and discourse; and IV. Discourses of former students. As a substitute to the traditional conclusion, I present an Open Discourse.

The research process allowed for an intense reflection on a pedagogical approach criticized for not teaching “pure technique.” I attempted to retrieve and formalize relevant information on an educational process under constant transformation and mutation, centered on the individual and his or her origins. I have encountered a pedagogical perspective based on respect, flexibility, self expression, emotion, provocation, motivation, integrity with the students, dialogue, humility, tolerance, pedagogical tact, interaction with context, and encouragement to questioning, components that, in addition to their significance to the life of her former students, are being transmitted, through them, to the new generations of flutists.

While developing this thesis, I received the unconditional support of Odette herself — in the form of letters, frequent conversations, and an interview. I also received complete support from former students — through e-mail correspondence, personal contact, and interviews. In addition, my work was based on literature in the fields of Education, Musical Education, and the Social Sciences, as an attempt to establish a dialog between the various discourses I collected.

Contact author: costadavila@gmail.com

Retomando as atividades do Blooger

Olá pra todos ! Pois é, depois de longa data estou retomando as atividades. Conclui minha tese desenvolvendo pesquisa sobre a pedagogia da flauta, em especial sobre a pedagogia da Profa. Odette Ernest Dias, enquanto docente na UnB. Breve posto a versão completa da tese, que tem o título "ODETTE ERNEST DIAS: discursos sobre uma perspectiva pedagógica da flauta".